Hoje temos a enorme satisfação de poder deliciar-vos com uma iguaria do mais alto calibre: uma opípara cromo-entrevista com o incompreendido bad-boy do futebol turco-neerlandês, Fatih Sonkaya.
CDB : Fatih, boa tarde. Antes de mais, deixe-nos congratulá-lo pela inequívoca demonstração de inépcia que desenhou na relva lusitana ao cabo de três longos anos.
FS : Ora essa. Só tenho pena que nunca me tenham visto de bigode. Curiosamente, a fase em que o deixei crescer coincidiu com a altura em que deixei de ser convocado no FCP. Ou seja, passado o primeiro mês da época de estreia.
CDB : Quando toparam que afinal o Fatih não valia puto…
FS : Sim, provavelmente. E ainda demoraram umas semanas para chegar a essa conclusão. Pobres diabos.
CDB : Ainda assim, sagrou-se Campeão Nacional…
FS : É verdade, e também contraí gonorreia. Passei bons tempos aí em Portugal.
CDB : Mas certamente não estaria à espera de realizar tão poucos jogos, tanto no Porto, como em Coimbra.
FS : É a vida. Também não estava à espera que ao aceitar um copo duma miúda na noite, fosse mais tarde acordar numa banheira, coberto de gelo. Mas acordei.
CDB : Roubaram-lhe um rim ?!? Isso explica a falta de exuberância física no tapete verde…
FS: Não, não…O rim ficou cá dentro. Pelos vistos a miúda só queria um autógrafo e violar-me. Ela pensava que eu era uma estrela de Bollywood. Quando pegou no B.I. e viu que eu era o Fatih Sonkaya, enfiou-me numa banheira e foi-se embora. Nem quis o meu rim. Nem sequer violar-me. (suspiro)
CDB : Vejo que o Fatih não teve uma vida fácil em Portugal, ao contrário dos seus adversários directos.
FS : O que quer insinuar com isso?
CDB : Bem, o anafado amigo tem a noção que desde o momento da sua contratação (2005) que o Estado Português tem uma comissão de inquérito a trabalhar 24/7 para descortinar alguma característica que possa ter levado o FC Porto a considerá-lo um jogador de futebol. Aliás, um jogador de futebol passível de ser contratado por um clube profissional.
FS : Bem sei, e também estou a par que os gajos ganham cerca de 5 milenas/mês, e têm a reforma garantida por inteiro ao cabo de 2 anos de casa. Mais apartamento na baixa, carro e gasolina à pala até 2033. Comissões de inquérito rulam. A mim não me escapa nada.
CDB : A bola costumava escapar. E o adversário também.
FS: Sim, nunca fui grande coisa a jogar futebol. Mas a coleccionar cotão de umbigo? Oh meu amigo, aí ninguém pára o Sonkaya allez oh.
CDB : Cotão de umbigo?
FS : Sim. Sou muito bom nisso. Cheguei a ser federado quando era petiz, na Holanda. Mas os meus Pais nunca me apoiaram. “Ah, devias era seguir uma carreira na bola, tens nome de jogador, dois pulmões e um centro de gravidade estável…"
Sempre achei essa conversa uma grande treta, mas enfim. Era isso, ou voltar a vender pêlo do sovaco para fazer perucas…e a família precisava do graveto.
CDB: Mas então deixou de coleccionar cotão no umbigo?
FS: Não, não…sempre desenvolvi essa capacidade como um hobby, ou uma actividade paralela, se quiser. Mas é difícil de conciliar com o futebol. Se corremos muito, suamos, e o cotão vai por ali abaixo na enxurrada. É difícil atingir um nível de estabilidade de cotão que nos permita armazenar uma quantidade apreciável.
Por esse motivo costumava guardar o cotão numa caixinha no balneário…e depois dos jogos voltava a colocá-lo no sítio: no meu umbigo quentinho.
CDB : Ah, então ao contrário do que demonstrava na lateral-direita, o Sonkaya é um homem de muitos recursos.
FS: Bem, na teoria sim. Na prática, esta ideia não resultou por aí além, já que o Marek Cech ia amiúde ao meu cacifo e comia o cotão quando eu estava nos treinos.
CDB: Está a afirmar que o Cech comia o seu cotão de umbigo??
FS : Sim, isso e ameijoas. O gajo gostava de ameijoas.
CDB : Hm. Ficou orgulhoso por ter deixado escola em Portugal ? Pouco tempo após a sua saída, o FC Porto acabou por contratar outro lateral com as suas características: Nélson Benítez.
FS : Sim, é verdade. Vieram-me as lágrimas aos olhos. O homem era em tudo idêntico a mim, mas jogava na esquerda. Era como ver-me ao espelho:
O Nélson não tinha pés, tinha tijolos octogonais ligados aos tornozelos.
O Nélson não tinha físico de jogador profissional, parecia um miúdo de 14 anos com atrofia muscular e herpes facial.
O Nélson era mau cabeceador, defendia mal, atacava ainda pior e tinha a velocidade de um caracol coxo – e morto.
A pedra de toque foi quando o vi tirar um cruzamento pela primeira vez : era capaz de jurar que Maomé carpiu lágrimas de sangue e matou quinhentas virgens mal a bola lhe saiu do pé. Foi um momento horrífico. Mas gratificante.
Nesse preciso momento soube que o meu legado estava em boas mãos.
CDB/FB: (abraço fraterno, acompanhado de sentido choro de homem)
2 comentários:
É o maior lol
Por cada Sokonara que caia, outro Mareque ou Benitez se levantará.
Santinho.
Enviar um comentário